Rota do “Descobrimento do Brasil” e das “Baleias” Sul da Bahia

Que tal aventurar-se numa viagem no tempo e na história colonial brasileira, curtir um “axé” nas diversas barracas da orla de Porto Seguro, fazer uma caminhada numa praia deserta, visitar e “ficar” em diversas” Vilas” de pescadores, como Arraial D’Ajuda, Troncoso, Caraíva, com suas praias paradisíacas, e de quebra embarcar num Liveaboard com destino ao Parque Marinho de Abrolhos para mergulhar e avistar baleias Jubarte?
É pouco ou quer mais?
Bem, você pode, se tem disponibilidade à partir de uma semana, o ideal seriam duas, já é possível fazer essa viagem dos sonhos, quem vai determinar? Seu tempo e seu bolso, então vamos a um resumo.
Rota do Descobrimento e Rota das Baleias Jubarte – BahiaNo ano de 1500, mais precisamente em 22 de abril os portugueses desembarcaram no território hoje conhecido como Brasil, na cidade baiana de Porto Seguro onde iniciaremos nossa jornada e por onde chegaremos de qualquer lugar do Brasil.
Porto Seguro passou a ser conhecido por sua beleza e riqueza natural de suas praias e rios. Daqui é possível visitar os principais pontos que remetem a colonização portuguesa. Por essa rota, é possível encontrar diversos monumentos históricos e conhecer parte da cultura dos antigos colonizadores e até mesmo visitar uma réplica de uma nau da esquadra portuguesa.
O ponto de partida é o centro histórico de Porto Seguro, localizado em um dos pontos mais altos da cidade, essa pequena vila conta com diversos monumentos que vão desde casas do período de colonização, um farol, há também um belo museu, além de uma incrível feira de artesanato.
Além disso esse é o lugar em que está localizado o marco do descobrimento do Brasil. Um monumento trazido pelos portugueses, que sinalizava que esta era uma colônia portuguesa.
Temos ainda para visitar o Memorial do Descobrimento, é outro ponto turístico muito conhecido em Porto Seguro.
Afinal trata-se de um jardim botânico com mais de 20 mil metros quadrados.
O local conta com uma réplica perfeita de um navio português. Isso sem contar as incríveis exposições sobre a colonização brasileira.
Daqui iremos para a Praia de Coroa Vermelha, seu nome se dá devido a um grande recife de corais ali presentes. Aqui encontraremos indígenas comercializando artesanato e uma boa praia para relaxar.
De Porto Seguro em direção ao litoral Sul da Bahia vamos encontrar Arraial D’Ajuda, uma aconchegante e linda vila pertencente a Porto Seguro, onde vamos conhecer o centro histórico, o Mirante das fitas, assistir ao pôr do Sol no Rio Buranhém, conhecer o Beco das cores, jantar num dos charmosos restaurantes da Rua Mucugê, e pegar uma praia, mas para isso terá que escolher dentre várias delas, como a Praia do Mucugê, Pitinga, Taipé, Parracho, Apaga-fogo, Araçaípe , fora as outras menos famosas, mas não menos interessantes.
Ainda em direção ao sul da Bahia, vamos para Troncoso, lugar maravilhoso e estratégico para se conhecer uma grande parte das vilas e praias e rios.
Entenda, parte do litoral não tem estradas, até mesmo as que existem em sua maioria não são asfaltadas, outras apesar de boas, não são pelo litoral e aumentam a quilometragem absurdamente, algumas vilas só são alcançadas por barcos ou quadriciclos, bugues (únicos veículos autorizados a trafegar). É meio complicado, sim, mas isso faz com que esses locais não tenham o chamado turismo de “massa”.
A partir de Troncoso você pode fazer os passeios e desfrutar das belezas das seguintes praias e vilas: Praia de Itaquena, Praia do Espelho, Praia de Patimirim, Praia de Taípe, Praia da Barra do Rio dos Frades, Corumbau e até mesmo a famosa Vila de Caraíva.
De Troncoso você pode fazer passeios diários a essas localidades, mas se tiver tempo, ficar alguns dias em uma ou mais vilas, valerão muito a pena.
Vai conhecer praias semidesertas e outras com toda infraestrutura de barzinhos, guarda-sóis, cadeiras de praia e também rios onde você pode alternar entre um banho de mar e um banho de rio, tudo isso com aquela cerveja gelada.
Saindo de Troncoso, em direção a Caravelas, com tempo pode pernoitar uma ou mais noites nossa sugestão é em Prado, é uma excelente opção, aqui também não faltarão praias paradisíacas, onde destacamos a Praia da Paixão, cercada por falésias e onde pode banhar-se também num pequeno rio que desagua no mar, Praia do Tororão, onde as falésias avermelhadas predominam, Comuruxatiba, e a mais famosa, Ponta de Corumbau.
A noite, o point da região ficam no “Beco das Garrafas, um calçadão no centro histórico repleto de bares e restaurantes com mesas e cadeiras nas calçadas com muita animação.
Em se pernoitando em Prado, uma visita a vizinha Alcobaça com suas praias e um clima mais tranquilo, também é uma ótima pedida.
Agora vamos para a histórica cidadezinha baiana de Caravelas, porta de entrada para o Parque Nacional Marinho de Abrolhos.
Do seu cais, emoldurado por casarões em estilo “Art Nouveau” e decorados com azulejos portugueses, partem os barcos que levam ao arquipélago, considerado um dos melhores pontos do mundo para a prática do mergulho.
De suas águas cristalinas, onde a visibilidade chega a 20 metros de profundidade, escondem-se milhares de espécies marinhas, além de naufrágios e uma diversidade de corais só observadas na região.
É o caso dos chamados chapeirões – formações que remetem aos cogumelos e unem-se pelo topo, criando verdadeiros labirintos.
Distante pouco menos de 80 km da costa, o arquipélago é formado por cinco ilhas, com desembarque permitido em apenas uma ou eventualmente em duas ilhas, caso a marinha autorize, aqui encontraremos diversas espécies de aves, em especial o atobá e seus ninhos além de um farol e nos mergulhos de superfície vamos encontrar tartarugas, raias, moreias, e uma infinidade de animais marinhos. Também é possível apreciar o céu de Abrolhos, normalmente repleto de estrelas.
Abrolhos é o primeiro Parque Marinho do Brasil, tido como um dos 12 parques marinhos mais importantes do mundo, pela sua biodiversidade, por ter o maior banco de corais do Atlântico Sul e por ser um dos melhores lugares para mergulhar no Brasil.
Chapeirões de Abrolhos: Seriam eles antigos vulcões?
A região de Abrolhos possui sim histórico geológico de atividade vulcânica, que remonta a dezenas de milhões de anos. Há registros de estruturas magmáticas antigas sob o leito marinho. Porém, os chapeirões em si não têm origem vulcânica.
Imagine mergulhar em uma floresta de torres submersas que mais parecem saídas de um outro planeta. Em Abrolhos, no sul da Bahia, isso é realidade.
Essas imponentes estruturas subaquáticas são chamadas de chapeirões, formações únicas no mundo que despertam a curiosidade de mergulhadores, cientistas e amantes da natureza.
Embora o formato dos chapeirões com uma base estreita e topo largo possa lembrar a cratera de um vulcão ou uma chaminé hidrotermal, sua origem é completamente diferente.
Eles são formações coralíneas, construídas ao longo de milhares de anos pelo crescimento vertical de corais, especialmente de espécies endêmicas que com o passar do tempo, esses corais criaram verdadeiras “colunas” vivas que se elevam do fundo do mar, chegando a mais de 20 metros de altura em alguns pontos. Crescem em direção à luz, formando estruturas semelhantes a árvores submersas ou cogumelos gigantes.
Ao explorar os chapeirões, é impossível não sentir que se está em um ambiente alienígena, onde a vida pulsa em todas as direções: corais, tartarugas, meros, cardumes coloridos, raias…
Um verdadeiro espetáculo subaquático.
E Abrolhos tem outros protagonistas, sim as baleias que são os maiores mamíferos encontrados em nosso planeta, e as Jubartes não ficam atrás, em sua idade adulta, podem atingir 16 metros de comprimento e até 40 toneladas.
Como se não bastassem as belezas debaixo d’água, o arquipélago é o cenário escolhido pelas baleias jubarte para procriar e alimentar os filhotes. De julho a novembro, pouco mais de 22.000 baleias invadem a área e protagonizam um show de acrobacias, com direito a saltos e piruetas.
Elas se alimentam de krill tendo uma gestação que dura em aproximadamente 11 meses, e ao longo do nosso litoral essas baleias costumam se reproduzir, e no ano seguinte, ter os seus filhotes, que já nascem com cerca de 4 metros de comprimento e 1,5 toneladas, fazendo essa migração periódica. Mas nem sempre foi assim, na década de 90, havia apenas mil baleias jubarte em Abrolho. Essa população em crescimento é um sinal promissor para a espécie.
Em novembro, todo esse grupo de jubartes irá migrar para a Antártica, onde a quantidade de alimentos disponíveis é muito maior. Para esse pequeno filhote em mar aberto, se tudo der certo, ele retornará com a mãe mais duas vezes para a costa brasileira.
Durante esses dois anos, ele se manterá protegido e continuará a ter lições de sobrevivência. Depois, ele voltará sozinho, e será sua vez de acasalar e dar continuidade à espécie. Tudo começou aqui, nas águas quentes, rasas e calmas desse pedaço da costa do Brasil selvagem.
De volta à terra firme em Caravelas, circule pelas praias da cidade. As águas não são tão claras, mas a animação é garantida nas praias de Iemanjá e Grauçá, com bares e quiosques
Voltando a Caravelas, na Barra do Sul, o astral e a paisagem são diferentes – isolada e deserta, é contornada por coqueirais e mar esverdeado. Nas praças, os sobrados dividem a atenção também com as igrejas, como Matriz de Santo Antônio, erguida em 1725 em estilo colonial português. Já a igreja de Santa Efigênia, de 1890, segue o estilo barroco e guarda imagens sacras dos séculos 17 e 18.
Como são os passeios a Abrolhos.
Através de confortáveis embarcações (catamarãs) hospedando-se em ca-bines duplas, triplas ou quádruplas, você passará 3 ou 4 dias no arquipéla-go conforme o calendário previamente determinado.
Além de roupa de cama e banho, estão incluídas até 5 refeições por dia, incluindo bebidas não alcoólicas e um kit com máscara, nadadeira e snor-kel para apreciar as águas transparentes do arquipélago.
Mergulhadores com credencial de mergulho, terão a assistência de um instrutor para guia-los nos 17 pontos de mergulho autorizados.
A todos é reservado a observação das baleias, após cerca de 1h00 ou mais, mar adentro, é quando começarão a avistar as primeiras jubartes através do chamado “borrifo”, que é o momento em que as baleias che-gam próximo da superfície da água para respirar, é que se torna possível identificar onde estão.
Vão surgindo no horizonte, volta e meia levantando suas caudas, dando saltos na água ou mostrando suas nadadeiras, que podem atingir 1/3 do seu corpo. Os saltos, aliás, são os movimentos mais aguardados porque neles as baleias podem expor até 2/3 do seu corpo.
Ao localizá-las a embarcação se aproxima das baleias para que possamos vê-las mais de perto, respeitando a distância mínima de 100 metros dos animais.
Como as baleias podem ficar até 20 minutos embaixo da água sem subir para respirar na superfície, a atividade é também de paciência e atenção ao mar porque vez ou outra vemos as baleias, elas somem e depois as avistamos novamente.
Vale lembrar, que muito embora seja provável ver as baleias tanto na ida como na volta ao arquipélago, não há como prever exatamente como será o passeio, se as baleias ficarão próximas ao barco ou não. A atividade é de contemplação, completamente natural e depende apenas da natureza e da vontade própria desses lindos animais.
Qualquer dos municípios e vilas, encontrará acomodações para todos os bolsos.
Esse é um roteiro para quem curte natureza, não tem pressa, para quem está sozinho, à dois ou em família, aprecia uma boa culinária, curte praias, mergulhos com ou sem cilindros, e acima de tudo, quer natureza.
Equipe Viagem & Mergulho
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